O Dia da Ira

As coisas tristíssimas,
o rolomag,o teste de Cooper,
a mole carne tremente entre as coxas,
vão desaparecer quando soar a trombeta.
Levantaremos como deuses,
com a beleza das coisas nunca pecaram,
como árvores,como pedras,
exatos e dignos de amor.
Quando o anjo passar,
o furacão ardente do seu vôo
vai secar as feridas,
as secreções desviadas dos seus vasos
e as lágrimas.
As cidades restarão silenciosas,sem um veículo:
apenas os pés de seus habitantes
reunidos na praça,à espera de seus nomes.
(Adélia Prado)