Ícones da Literatura e das Artes


                                             Meryl Streep-1949-atriz americana

                                                Jorge Luís Borges(1899-1986)-escritor argentino

                                           Vincent Van Gogh(1853-1890)-pintor holandês

                                            Virginia Woolf(1882-1941)-escritora inglesa

                                      Susan Sontag(1933-2004)-crítica e escritora americana

                                              W(infried) G(eorg) Sebald(1944-2001)-escritor alemão

                                             Rita Hayworth(1918-1987)-atriz americana

                                              Pedro Nava(1903-1984)-escritor e médico brasileiro

                                           Vaslav Nijinsky(1889-1950)-bailarino russo

                                    Maria Bethânia-1946-cantora brasileira

                                        Marguerite Yourcenar(1903-1987)-escritora francesa

                                             Madonna(Cicconne)-1958-cantora americana

                                              Machado de Assis(1839-1908)-escritor brasileiro

                                            Jane Austen(1775-1817)-escritora inglesa



                                             James Dean(1931-1955)-ator americano

                                                      James Joyce(1882-1941)-escritor irlandês

                                          Jackson Pollock(1912-1956)-pintor americano

                                             João Guimarães Rosa(1908-1967)-escritor brasileiro

                                                   Wassily Kandinsky(1866-1944)-pintor russo

                                              Greta Garbo(1905-1990)-atriz sueca      

                                             Francisco José de Goya y Lucientes(1746-1828)-pintor espanhol

                                                    Eugène Delacroix(1798-1863)-pintor francês

                                          Jacopo Robusti,chamado Tintoretto(1518-1594)-pintor italiano

                                          Elis Regina(1945-1982)-cantora brasileira

                                          Clarice Lispector(1920-1977)-escritora brasileira

                                      Charles Dickens(1812-1870)-romancista inglês

                                                       Cecília Meirelles(1901-1964)-poeta brasileira

                                          Maria Callas(1923-1977)-cantora greco-americana

                                   Carlos Drummond de Andrade(1902-1987)-poeta brasileiro                        
                                                    
                                                      


Poema de Natal-(Vinícius de Moraes-1913-1980)

Para isso fomos feitos:
Para lembra e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos-
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos-
Por isso precisamos velar
Falar baixo,pisar leve,ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso talvez de amor
Uma prece por quem se vai-
Mas que essa hora não se esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte-
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem;da morte,apenas
Mascemos,imensamente.

Stardust-Nat King Cole-Feliz Natal e um ótimo 2010 a todos!



Milagre de interpretação e perfeita união entre música e letra,essa canção é uma das mais belas que conheço.Não é propriamente uma canção natalina,mas fala de amor,fala da esperança,do prazer de estar vivo,simplesmente.Celebra a vida,que é feita de altos e baixos,mas sempre com a esperança que nos empurra,e o amor que nos inspira.
Feliz Natal e um ótimo ano novo a todos,de coração.

Stardust

Sometimes I wonder why I spend
The lonely night dreaming of a song
The melody haunts my reverie
And I am once again with you

When our love was new
And each kiss an inspiration
But that was long ago
And now my consolation
Is in the stardust of a song

And beside a garden wall
When stars were bright
You are in my arms
The nightingale told his fairy tale
A paradise where roses bloom



Though I dream in vain
In my heart it always will remain
My stardust melody
The memory of love's refrain

Though I dream in vain
In my heart it always will remain
My stardust melody
The memory of love's refrain

The memory of love's refrain

(Hoagy Carmichael/Mitchell Parish)

Meu Amigo Secreto


Vanessa,mais uma vez tomando uma iniciativa para "balançar" a blogosfera,idealizou um amigo secreto entre blogs.Minhas amigas secretas são a Ana e a Cynthia do blog Balde,Areia e Balanço.
Confesso que não conhecia o blog,e fiquei surpreso,de uma maneira deliciosa.
A blogsofera hoje,parece se centrar em um tipo de blog especializado em falar de celebridades e afins.Não tenho nada contra.Mas às vezes,todos sentimos falta de blogs que falem do dia a dia,não o dia a dia confessional,do pensamento,mas do dia a dia de todos nós,de nossas famílias,de nossos filhos,de nós mesmos como cidadãos que vivem em uma determinada comunidade;que temos nossas pequenas tristezas e alegrias de cada dia.
A proposta da Ana e da Cynthia me parece fantástica.Falar da vida de todos nós,do cotidiano,indo desde as lembranças do jardim de infância,passando por posts singelos e tocantes como a morte de um animal de estimação,a escolha da escolinha para os filhos,a chegada do bebê,em meio a relatos muito líricos da vida em família.E tudo isso feito de maneira leve e tocante.
Fico feliz de ter esse blog como amigo secreto.Precisamos de espaços como esse,que nos lembrem sempre,como as coisas do cotidiano,da família são importantes,como falar do que nos é realmente caro nos faz tão bem!
Fica aqui a minha homenagem à Ana e à Cynthia.Parabéns pelo blog,e que ele tenha vida longa,e continue nos alegrando com algo que nos faz ter sempre os pés no chão-nossa vida,nossa,de nossa família.
Visitem o blog aqui.

Grandes Cenas-Cleópatra entra em Roma-de "Cleópatra"(1963) de Joseph Mankiewicz




Essa cena de "Cleópatra" o intrigante e milionário fracasso do diretor do diretor americano Joseph Mankiewicz(1909-1993),mostra uma Elizabeth Taylor deslumbrante,no esplendor de seus 29 anos.Cinema que não existe mais hoje.Infelizmente.Beleza e talento puros.

Campo profundo de Galáxias do Telescópio Hubble(Hubble deep field)






Olhando esse imagem,de uma beleza profunda,penso em algumas coisas:na falácia dos que dizem-"Não há vida em outros planetas";na possibilidade atordoante de viajarmos além do nosso sistema,daqui há centenas(milhares de anos?),nas eternas perguntas:"Como?","Porque?".E,sinceramente,essa imagem traz à tona a minha"insignificância". metafísica

Para ler-Clarice,-de Benjamin Moser

"Escolher a própria máscara é o primeiro gesto voluntário humano.E solitário."(Clarice Lispector)


Clarice Lispector(1920-1977),permanece e permanecerá como uma estrela de alta excelência que paira sobre
a literatura brasileira não como anjo benfasejo,mas como gênio tutelar galgado(como Machado e Guimarães Rosa)a alturas quase inacessecíveis,dada a qualidade de sua escrita,a raridade de sua interpretação do ser humano.Clarice,que em vida esteve longe de ser a unanimidade de hoje,colecionando invejosos que desdenhavam de sua literatura,tida como hermética,exercício de narcisismo,entre outras "preciosidades",sofreu na pele a incompreensão de muito de seus contemporâneos.Tida como "meio doida"até,a escritora ficou anos em um limbo-reconhecida como uma escritora de escritores,mas enlameada por rótulos que a desqualificavam.
O que esses críticos pedestres/pedantes não entenderam(ou não quiseram entender),é que Clarice não buscava histórias,enredos,dizer o óbvio.O que Clarice sempre buscou foi o outro lado da anedota,do real,esse lado que ,sendo pouco iluminado,muitas vezes esmaecido,escuro,é pouco explorado,procurado e compreendido.
O americano Benjamin Moser,depois de estudar literatura brasileira na Universidade Brown,apaixonou-se pela literatura de Clarice,o que o levou a cinco anos de pesquisas para escrever a considero a melhor biografia da escritora até hoje.
Analisando a vida de Clarice através de três vórtices-A morte da mãe,Mania,de sífilis(anos após ter sido violentada em um progrom na Ucrânia),seu amor frustrado pelo escritor gay Lúcio Cardoso e sua perseguição quase obsessiva pelo sentido da vida-o que passa pelo gnosticismo judeu.
Moser enfatiza que a literatura de Clarice ,não somente busca sempre evadir-se de qualquer enredo horizontal,mas vai muito além,ao querer responder à pergunta-O que é o ser?Pergunta clássica da filosofia
do século XX,principalmente na obra magistral de Martin Heidegger,da literatura de Kafka(outro judeu genial e porque não,atormentado),e da psicologia de Jung.Clarice encara essa dura missão-a de investigar o ser no mais recôndito de nós,em nossas contradições inerentes,nossos medos ancestrais,nosso paradoxo de seres mortais procurando por um possível Deus que nos console dos horrores da existência.
Clarice,que sempre viveu em profunda angústia existencial,evidencia o poder da literatura de ir além do que nos foi dado como sendo o real,de mergulhar(sabendo das possíveis consequências)no inconsciente para pelo menos tentar algum arremedo de resposta.
Moser nos dá uma Clarice de perto,muito de perto.Não o mito,a esfinge do Leme,aquela pessoa que de tão rara,era até antipática(para alguns bossais).Emerge do livro,uma Clarice palpável,sem mistificações.
Para os especialistas em Clarice e para todos aqueles que a amam,um maravilhoso presente de Natal.
Clarice,que (para mim)é com Virginia Woolf uma das duas maiores escritoras do século XX,ainda será analisada,outros tentarão decifra-la(em vão talvez),mas Moser abriu uma grande picada no estudo da vida da escritora.Vale a pena  le-lo.
Trecho-"A escritora francesa Heléne Cixous declarou que Clarice era o que Kafka teria sido se fosse mulher,ou 'se Rilke fosse uma judia brasileira nascida na Ucrânia.Se Rimbaud fosse mãe,se tivesse chegado aos cinquenta.Se Heidegger tivesse deixado de ser alemão."
Uma leitura inprescindível aos que amam e admiram Clarice.

Clarice,-de Benjamin Moser,Editora CosacNaif,2009,648 páginas.