Something

Whose dwelling is the light of setting suns,

And the round ocean,and the living air,

And the blue sky,and in the mind of man;-

A motion and a spirit,which impels

All thinking things,all objects of all thought,

and rolls through all things.


Algo

Que habita a luz de sóis poentes,

E o oceano redondo,e o ar vivo,

E o céu azul,e a mente do homem;-

Um movimento e um espírito,que impele

Todas as coisas pensantes,todos os objetos de todo o pensamento,

E atravessa todas as coisas.

(William Wordsworth-traduçao de Luiz Carlos do Nascimento Silva)

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Fragmento

Daiane saiu às sete horas.A rua,quente e seca,estava vazia.Insetos zumbiam pelo ar.Caminhava devagar,pisando firme a calçada irregular.E ter que ver Luis de novo,meu Deus!Tudo novamente:a discussão inevitável,a hesitação que a enfurecia,as palavras trocadas em jatos.Como tudo isso a entediava,a lançava num desespero frio.E se as pessoas ao invés de viverem na sofreguidão aparentemente eterna de suas vidas,encontrassem aquele atalho que tanto queriam?
O pulsar frenético de sua vida a cansava.Queria um pouco de dormência,de lassidão.A indolência consentida,os tumultos apagados.No cruzamento com avenida apareceram pessoas:a velha apressada,com uma echarpe enrolada no pescoço,maquiadíssima(o que estaria fazendo ali?),grupos de adolescentes uniformizados,o mendigo habitual da esquina,as mãos sujíssimas,ao lado da caixa -casa de papelão que se desfazia já.E estava indo se encontrar com Luís.Deveria mesmo ter esperado pelos sinos que começavam a tocar em seus ouvidos.Não tinha nenhuma esperança de compreender qualquer sentimento.Sua mente,que não era dessas chamadas inescrutáveis ou poderosas,simplesmente oscilava entre o desprazer do corriqueiro,as cinzas das horas.Não devia esperar nada de Luís que não fosse o reflexo de seu próprio egoísmo,o confronto de vontades refletidas num espelho.
Parou no ponto de ônibus lotado.Mulheres com ar entediado carregavam sacolas de plástico,e ela,pronta para um desenlace qualquer.Poderia cortar então seus fios desconexos com o homem com quem vivera por tantos anos.Mas além de desconexos,esses fios tão finos e filigranados,lentamente se arrebentavam,tão degradados estavam.

(James Penido)

Talvez Virginia

Talvez Virginia
(Jim Anotsu 15 / 09 / 2008)

Jenny e Virginia são garotas anacrônicas,
ficam belas de rosa,mas consideram preto substancialmente melhor.
As garotas nem sempre fazem as coisas certas,mas quando cometem as erradas,
isso é acidentalmente de propósito.

Oh,não!, Jenny; fizemos isso de novo,
com toda a certeza deveríamos nos envergonhar,
e não nos sentirmos tão bem.
É meio tragicômico; uma dramédia para ser sincera,
isso que chamamos de cotidiano trivial.

Um dia tão triste; espero que concorde; e está na minha mão. - somente
porque assim você o quer, senhorita! - Você já sabia da verdade antes mesmo
de vir. - Você precisa ser tão mal humorada ?! - É necessário ser tão desagradável,
ò minha querida ?

Perfumes com cheiro de jasmim;
devemos admitir que são bons nessa época do ano.
Sim, sei disso muito bem, fui eu quem lhe contou.
Não importa o que você diga,
ele sempre me dará o que mereço.
Precisamos de uma solução,
os lençóis estão rasgados!

Espero que se lembre, Virginia,da primeira vez em que nos separamos,
e tivemos que dividir as nossas coisas: o céu, o mar, as estrelas e tudo mais,
não quero passar por isso novamente.
Pelo que me lembro você ficou com o vermelho, que absolutamente é uma cor legal,
e só me sobrou o roxo, que para dizer a verdade é bem cafona!

Um dia muito bom, esse dia de hoje, mui melhor que essa ilusão de amanhã.
Ora, ora, ora; não ria, minha amada! Venha aqui. Dá-me um beijo de boa noite.
O céu está caindo, Adeus, vamos lá, somos imunes à gravidade.

Mas não é necessário nos sobressaltarmos, um chá é sempre e sempre uma boa trégua,
principalmente para duas velhas bicicletas como nós.
Acordem!, hoje é o resto de suas vidas...