Ícones da Literatura e das Artes


                                             Meryl Streep-1949-atriz americana

                                                Jorge Luís Borges(1899-1986)-escritor argentino

                                           Vincent Van Gogh(1853-1890)-pintor holandês

                                            Virginia Woolf(1882-1941)-escritora inglesa

                                      Susan Sontag(1933-2004)-crítica e escritora americana

                                              W(infried) G(eorg) Sebald(1944-2001)-escritor alemão

                                             Rita Hayworth(1918-1987)-atriz americana

                                              Pedro Nava(1903-1984)-escritor e médico brasileiro

                                           Vaslav Nijinsky(1889-1950)-bailarino russo

                                    Maria Bethânia-1946-cantora brasileira

                                        Marguerite Yourcenar(1903-1987)-escritora francesa

                                             Madonna(Cicconne)-1958-cantora americana

                                              Machado de Assis(1839-1908)-escritor brasileiro

                                            Jane Austen(1775-1817)-escritora inglesa



                                             James Dean(1931-1955)-ator americano

                                                      James Joyce(1882-1941)-escritor irlandês

                                          Jackson Pollock(1912-1956)-pintor americano

                                             João Guimarães Rosa(1908-1967)-escritor brasileiro

                                                   Wassily Kandinsky(1866-1944)-pintor russo

                                              Greta Garbo(1905-1990)-atriz sueca      

                                             Francisco José de Goya y Lucientes(1746-1828)-pintor espanhol

                                                    Eugène Delacroix(1798-1863)-pintor francês

                                          Jacopo Robusti,chamado Tintoretto(1518-1594)-pintor italiano

                                          Elis Regina(1945-1982)-cantora brasileira

                                          Clarice Lispector(1920-1977)-escritora brasileira

                                      Charles Dickens(1812-1870)-romancista inglês

                                                       Cecília Meirelles(1901-1964)-poeta brasileira

                                          Maria Callas(1923-1977)-cantora greco-americana

                                   Carlos Drummond de Andrade(1902-1987)-poeta brasileiro                        
                                                    
                                                      


Poema de Natal-(Vinícius de Moraes-1913-1980)

Para isso fomos feitos:
Para lembra e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos-
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos-
Por isso precisamos velar
Falar baixo,pisar leve,ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso talvez de amor
Uma prece por quem se vai-
Mas que essa hora não se esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte-
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem;da morte,apenas
Mascemos,imensamente.

Stardust-Nat King Cole-Feliz Natal e um ótimo 2010 a todos!



Milagre de interpretação e perfeita união entre música e letra,essa canção é uma das mais belas que conheço.Não é propriamente uma canção natalina,mas fala de amor,fala da esperança,do prazer de estar vivo,simplesmente.Celebra a vida,que é feita de altos e baixos,mas sempre com a esperança que nos empurra,e o amor que nos inspira.
Feliz Natal e um ótimo ano novo a todos,de coração.

Stardust

Sometimes I wonder why I spend
The lonely night dreaming of a song
The melody haunts my reverie
And I am once again with you

When our love was new
And each kiss an inspiration
But that was long ago
And now my consolation
Is in the stardust of a song

And beside a garden wall
When stars were bright
You are in my arms
The nightingale told his fairy tale
A paradise where roses bloom



Though I dream in vain
In my heart it always will remain
My stardust melody
The memory of love's refrain

Though I dream in vain
In my heart it always will remain
My stardust melody
The memory of love's refrain

The memory of love's refrain

(Hoagy Carmichael/Mitchell Parish)

Meu Amigo Secreto


Vanessa,mais uma vez tomando uma iniciativa para "balançar" a blogosfera,idealizou um amigo secreto entre blogs.Minhas amigas secretas são a Ana e a Cynthia do blog Balde,Areia e Balanço.
Confesso que não conhecia o blog,e fiquei surpreso,de uma maneira deliciosa.
A blogsofera hoje,parece se centrar em um tipo de blog especializado em falar de celebridades e afins.Não tenho nada contra.Mas às vezes,todos sentimos falta de blogs que falem do dia a dia,não o dia a dia confessional,do pensamento,mas do dia a dia de todos nós,de nossas famílias,de nossos filhos,de nós mesmos como cidadãos que vivem em uma determinada comunidade;que temos nossas pequenas tristezas e alegrias de cada dia.
A proposta da Ana e da Cynthia me parece fantástica.Falar da vida de todos nós,do cotidiano,indo desde as lembranças do jardim de infância,passando por posts singelos e tocantes como a morte de um animal de estimação,a escolha da escolinha para os filhos,a chegada do bebê,em meio a relatos muito líricos da vida em família.E tudo isso feito de maneira leve e tocante.
Fico feliz de ter esse blog como amigo secreto.Precisamos de espaços como esse,que nos lembrem sempre,como as coisas do cotidiano,da família são importantes,como falar do que nos é realmente caro nos faz tão bem!
Fica aqui a minha homenagem à Ana e à Cynthia.Parabéns pelo blog,e que ele tenha vida longa,e continue nos alegrando com algo que nos faz ter sempre os pés no chão-nossa vida,nossa,de nossa família.
Visitem o blog aqui.

Grandes Cenas-Cleópatra entra em Roma-de "Cleópatra"(1963) de Joseph Mankiewicz




Essa cena de "Cleópatra" o intrigante e milionário fracasso do diretor do diretor americano Joseph Mankiewicz(1909-1993),mostra uma Elizabeth Taylor deslumbrante,no esplendor de seus 29 anos.Cinema que não existe mais hoje.Infelizmente.Beleza e talento puros.

Campo profundo de Galáxias do Telescópio Hubble(Hubble deep field)






Olhando esse imagem,de uma beleza profunda,penso em algumas coisas:na falácia dos que dizem-"Não há vida em outros planetas";na possibilidade atordoante de viajarmos além do nosso sistema,daqui há centenas(milhares de anos?),nas eternas perguntas:"Como?","Porque?".E,sinceramente,essa imagem traz à tona a minha"insignificância". metafísica

Para ler-Clarice,-de Benjamin Moser

"Escolher a própria máscara é o primeiro gesto voluntário humano.E solitário."(Clarice Lispector)


Clarice Lispector(1920-1977),permanece e permanecerá como uma estrela de alta excelência que paira sobre
a literatura brasileira não como anjo benfasejo,mas como gênio tutelar galgado(como Machado e Guimarães Rosa)a alturas quase inacessecíveis,dada a qualidade de sua escrita,a raridade de sua interpretação do ser humano.Clarice,que em vida esteve longe de ser a unanimidade de hoje,colecionando invejosos que desdenhavam de sua literatura,tida como hermética,exercício de narcisismo,entre outras "preciosidades",sofreu na pele a incompreensão de muito de seus contemporâneos.Tida como "meio doida"até,a escritora ficou anos em um limbo-reconhecida como uma escritora de escritores,mas enlameada por rótulos que a desqualificavam.
O que esses críticos pedestres/pedantes não entenderam(ou não quiseram entender),é que Clarice não buscava histórias,enredos,dizer o óbvio.O que Clarice sempre buscou foi o outro lado da anedota,do real,esse lado que ,sendo pouco iluminado,muitas vezes esmaecido,escuro,é pouco explorado,procurado e compreendido.
O americano Benjamin Moser,depois de estudar literatura brasileira na Universidade Brown,apaixonou-se pela literatura de Clarice,o que o levou a cinco anos de pesquisas para escrever a considero a melhor biografia da escritora até hoje.
Analisando a vida de Clarice através de três vórtices-A morte da mãe,Mania,de sífilis(anos após ter sido violentada em um progrom na Ucrânia),seu amor frustrado pelo escritor gay Lúcio Cardoso e sua perseguição quase obsessiva pelo sentido da vida-o que passa pelo gnosticismo judeu.
Moser enfatiza que a literatura de Clarice ,não somente busca sempre evadir-se de qualquer enredo horizontal,mas vai muito além,ao querer responder à pergunta-O que é o ser?Pergunta clássica da filosofia
do século XX,principalmente na obra magistral de Martin Heidegger,da literatura de Kafka(outro judeu genial e porque não,atormentado),e da psicologia de Jung.Clarice encara essa dura missão-a de investigar o ser no mais recôndito de nós,em nossas contradições inerentes,nossos medos ancestrais,nosso paradoxo de seres mortais procurando por um possível Deus que nos console dos horrores da existência.
Clarice,que sempre viveu em profunda angústia existencial,evidencia o poder da literatura de ir além do que nos foi dado como sendo o real,de mergulhar(sabendo das possíveis consequências)no inconsciente para pelo menos tentar algum arremedo de resposta.
Moser nos dá uma Clarice de perto,muito de perto.Não o mito,a esfinge do Leme,aquela pessoa que de tão rara,era até antipática(para alguns bossais).Emerge do livro,uma Clarice palpável,sem mistificações.
Para os especialistas em Clarice e para todos aqueles que a amam,um maravilhoso presente de Natal.
Clarice,que (para mim)é com Virginia Woolf uma das duas maiores escritoras do século XX,ainda será analisada,outros tentarão decifra-la(em vão talvez),mas Moser abriu uma grande picada no estudo da vida da escritora.Vale a pena  le-lo.
Trecho-"A escritora francesa Heléne Cixous declarou que Clarice era o que Kafka teria sido se fosse mulher,ou 'se Rilke fosse uma judia brasileira nascida na Ucrânia.Se Rimbaud fosse mãe,se tivesse chegado aos cinquenta.Se Heidegger tivesse deixado de ser alemão."
Uma leitura inprescindível aos que amam e admiram Clarice.

Clarice,-de Benjamin Moser,Editora CosacNaif,2009,648 páginas.



Geyse,a classe média e o politicamente correto.

Semanas depois do hiper comentado acontecido com a estudante Geise Arruda na Unibam,restam talvez,ainda ,algumas perguntas e algumas respostas que podemos tentar destrinchar.No país da nudez celebrada no carnaval,do fio dental,da sexualidade presente no dia a dia,parece ser um contra-senso,o episódio da Unibam.Aparentemente sim,mas existem contradições que jazem lá no fundo de um certo 'inconsciente coletivo' brasileiro.Nosso país foi colonizado por um dos países mais conservadores e também mais pobres da Europa,a maneira como a sociedade brasileira se organizou desde o começo,foi um modo baseado na força,na coerção social e moral.A nostalgia que muitos de nós,às vezes temos de um passado rural um tanto idílico,nos faz esquecer o quanto de horror,de violência,de autoritarismo profundo esse tempo esconde.Basta-nos ler algumas páginas de Guimarães Rosa,de Bernardo Élis,de Mário Palmério,para mergulharmos nessa época de massacres,de intolerâncias consentidas,em que a carolice mais nojenta,a hipocrisia mais tentacular,a violência mais absurda eram o pão de cada dia.A sociedade brasileira ainda sofre,dia a dia,hora a hora ,das cicatrizes da escravidão,da violência(que ainda não nos abandonou),da opressão das minorias,desse fardo pesado do' país da bunda'.O caso Geise nos mostra muito claramente como o machismo mais primário ainda é um componente forte do inconsciente coletivo do brasileiro,porque para muitos uma jovem mulher de mini-vestido é uma ameaça elocubrada em suas mentes deturpadas.Só se esquecem que essa jovem mulher,assim como todas as outras mulheres são donas de seus corpos,de exibi-los não como 'provocações',mas como parte da natureza que os fez como tais.
A classe média brasileira(da qual faço parte),é a primeira,em grande parte,a se proclamar adepta da modernidade,a favor das minorias historicamente oprimidas,da política como instrumento de mudança histórica.Mas é também a primeira a (com exceções,claro),a nunca levar para a vida real esse paradigma radical da mudança como motor do progresso humano.O caso Geise,em que a moça foi chamada de brega,burra,'aparecida',mostra como se confunde o que pode ser um futuro de respeito à pessoa humana,com um 'politicamente correto'repudiado a todo custo,sem nenhuma análise crítica.O que hoje se chama um tanto pejorativamente de 'politicamente correto' foi (e é)uma maneira de dar voz aos que nunca tiveram ou a tiveram deturpada e silenciada ao longo da história.Se não existisse um mínimo dessa correção política o que seria de tantos segmentos sociais politica e literalmente massacrados?É muito fácil criticar fatos de um pretenso pedestal, desqualificar pessoas e movimentos,desprezar qualquer tipo de correção de erros históricos.A história,acredito modestamente,não se repete como farsa,mas sim,caminha.
É preciso abrir os olhos para uma modernidade que sim,inclua absolutamente todos,que seja totalmente democrática,sem opressões sociais e principalmente,psicológicas.Que Geise,vestida ou nua,se expresse como bem lhe aprouver.E viva a liberdade,a solidariedade com o outro,o por-se no lugar do outro.

Enquanto isso no Brasil...








Imagens daqui,daqui,e daqui .

Poema em Linha Reta-de Fernando Pessoa(1888-1935)




Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



Imagem daqui

Robbie Williams-My Way-Ao vivo no Royal Albert Hall(Londres)



Um amigo me mandou o link desse vídeo há alguns dias.Confesso que fiquei maravilhado.Acostumado desde sempre com a antológica interpretação de Frank Sinatra,essa nova interpretação de Robbie Williams me emocionou até às lágrimas.Cantar é relativamente simples,mas unir técnica e emoção é o que se chama de interpretar.E Robbie Williams prova aqui que é um grande interprete,agora muito longe daquele garoto do Take That.Talento não se compra na esquina.E me chama a atenção sua veemente defesa de sua vida pessoal/privada.Gosto muito de sua frase-"Só minha mãe sabe se sou gay ou não"-pela ironia.Um grande cantor,uma grande canção,que eu quis dividir com vocês.

My Way(Frank Sinatra)
My Way - Meu Jeito
And now the end is near E agora o fim está próximo
And so I face the final curtain Então eu encaro o desafio final
My friend, I'll say it clear Meu amigo, Eu vou falar claro
I'll state my case of which I'm certain Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza
I've lived a life that's full Eu vivi uma vida que foi cheia
I traveled each and every highway Eu viajei por cada e todas as rodovias
And more, much more than this E mais, muito mais que isso
I did it my way Eu fiz do meu jeito
Regrets, I've had a few Arrependimetos, eu tive alguns
But then again, too few to mention Mas então, de novo, tão poucos para mencionar
I did what I had to do Eu fiz, o que eu tinha que fazer
And saw it through without exemption E eu vi tudo, sem exceção
I've planned each charted course Eu planejei cada caminho do mapa
Each careful step along the byway Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
And more, much more than this Oh, mais, muito mais que isso
I did it my way Eu fiz do meu jeito
Yes there were times, I'm sure you knew Sim, teve horas, que eu tinha certeza
When I bit off more than I could chew Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
But through it all when there was doubt Mas, entretanto, quando havia dúvidas
I ate it up and spit it out Eu engoli e cuspi fora
Eu encarei e continuei grande
E fiz do meu jeito
I faced it all and I stood tall Eu amei, eu ri e chorei
And did it my way Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido
De pensar que eu fiz tudo
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, não eu
Eu fiz do meu jeito
I've loved, I've laughed and cried E pra que é um homem, o que ele tem
I've had my fill, my share of losing Se não ele mesmo, então ele não tem nada
And now as tears subside Para dizer as coisas que ele sente de verdade
I find it all so amusing E não as palavras que ele deveria revelar
Os registros mostram que eu recebi as desgraças
E fiz do meu jeito
To think I did all that
And may I say, not in a shy way
Oh no, oh no, not me
I did it my way
For what is a man, what has he got?
If not himself, than he has naugth
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows, I took the blows
And did it my way

A Queda do Muro de Berlim-Ou -"Sejam realistas,peçam o impossível"(um dos slogans de Maio de 68)



Às vezes,de repente a história se faz não em um processo,mas em um jato.Quando os seres humanos atingem o limite de sua humilhação?Quando forças que mal conhecemos se movem dentro desse continuum chamado história da humanidade?Realmente,muitas perguntas sem respostas.Muitos muros já cairam,outros estão sendo erguidos.Mas a humanidade tem talvez um força desconhecida que a move nos momentos mais improváveis.Os alemães,às cegas,arriscaram-se a ser realistas e pedirem o impossível.E a força da história mesmo com todos os seus horrores e massacres se fez forte e derrubou mais um marco da humilhação do homem pelo homem.Outros muros,físicos e mentais,reais e simbólicos aguardam o seu fim.Esperemos pelo veredito da história,que sempre caminha,porque é feita,em última instância por nós mesmos.

O vídeo é longo,mas assistam,vale a pena.

Leitura Coletiva-"Orgulho e Preconceito"-de Jane Austen



O crítico literário palestino Edward Said disse que "enquanto as heroínas e os heróis de Jane Austen tomavam seus chás em seus chalés rurais e dançavam minuetos nos saraus campestres da pequena nobreza inglesa,milhões de negros escravos se esfalfavam de trabalhar nas dezenas de colônias britânicas na África."Said queria dizer que o estilo de vida despreocupado das personagens de Austen era devido ao conforto e o lucro proporcionado pela brutal exploração colonial inglesa.O que ele não levou em conta foi que a vida social tem muitos outros aspectos que a exploração vil do ser humano pelo ser humano.E foi falando do ser humano como ser moral,que Jane Austen (1775-1817),escreveu sua obra avassaladora e revolucionária para sua época.
Em todos seus livros,Austen fala da pequena nobreza rural inglesa,que,ao contrário do que muitos pensam,nem sempre tinha dinheiro sobrando.Em um tempo e uma sociedade em que o casamento era a norma para a vida de todos,a escritora analisa as relações sociais com uma ironia e um refinamento poucas vezes vistos na literatura inglesa.
"Orgulho e Preconceito"(Pride and Prejudice),publicado em 1813,é um dos romances mais lidos e queridos de Jane Austen.A estória de Elizabeth Bennet é emblemática da escrita de Austen.Elizabeth é uma heroína positiva-uma jovem mulher relativamente pobre,que não pode esperar um dote para se casar,que tem 4 irmãs
também esperando um casamento,que tem uma mãe lamentável e um pai que ama e respeita.Nela,Austen colocou-se como uma mulher que luta ,não necessariamente por um lugar ao sol,mas pelo direito de ser ela mesma-artigo caro e raríssimo na época(daí,uma das facetas inovadoras da obra).
Não causa espanto que Jane Austen não tenha tido quase nenhuma repercussão em sua época.Mulheres como Elizabeth,sua irmã Jane,(e Emma,Anne,e outras heroínas de outras obras),se comportam não como meras marionetes românticas,mas como pessoas que querem se mover de verdade em suas pequenas esferas sociais,entretecidas de pequenas verdades,fofocas mais ou menos inofensivas e conformismo quase total.
Austen dá a Elizabeth os dilemas da dúvida,as aflições da incerteza,e o consolo supremo de ser uma pessoa sensata.E a leva,passo a passo,pela senda do amor,supostamente vinculado a dotes e sutilezas sociais.Sua antítese é a figura grotesca de Lady Catherine de Bourgh,mulher um tanto caricata,que parece carregar o peso de sua classe social como um emblema da grosseria e da empáfia.Nada mais horrível aos olhos de Lizzie,que como uma boa heroina protestante,abomina qualquer tipo de abuso,seja verbal ou social.
A figura de Fitzwilliam Darcy aparece como em uma comédia de erros,em que o homem a princípio supostamente abominável,vai dando lugar ao ser de carne e osso,ele também,lutando contra um ordem social que não emula nem um pouco o amor e a compreensão mútua.Mesmo que tenhamos certeza que Lizzie e Darcy ficarão juntos,assistir ao desenrolar de suas peripécias amorosas e existenciais não tem preço.
Não é à toa,que hoje Jane Austen ocupa seu elevado patamar na literatura inglesa,ao lado de Shakespeare,Dickens,Charlotte e Emily Brontë,George Eliot,Virginia Woolf e Thomas Hardy.Seu estilo inovador,seu moralismo saudável,seu humanismo,e principalmente,sua imensa sinceridade literária ,lhe deram a imortalidade,que ela ,como poucas pessoas de letras,mereceu plenamente.

Imagem daqui


The Fool on the Hill-The Beatles(1967)


Day after day alone on the hill
The man with the foolish grin is keeping perfectly still
But nobody wants to know him
They can see that he's just a fool
And he never gives an answer
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around
Well on his way his head in a cloud
The man of a thousand voices talking perfectly loud
But nobody ever hears him
Or the sound he appears to make
And he never seems to notice
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around
And nobody seems to like him
They can tell what he wants to do
And he never shows his feelings
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around
Round and round and round
He never listens to them
He knows that they're the fools
The don't like him
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around





"The Fool on the Hill"com sua melodia pungente e cantada com uma tristeza imensa por Mc Cartney é uma das mais belas canções-baladas dos Fab four.Mais uma prova,que se absolutamente revolucionários nos super revolucionários anos 60,os Beatles,continuam,mais de 40 anos depois a provarem que são realmente o que de melhor se produziu no pop-rock,em todos os tempos.Um monumento à inteligência e á sensibilidade.Viva os Beatles-forever!

Visões de Virginia Woolf(1882-1941)




Marcelo Gomes dança "O Lago do Cisne"-ato 2



Marcelo Gomes,de 30 anos,nascido e criado em Manaus,é hoje o primeiro bailarino do prestigiadíssimo American Ballet Theater,em Nova York.Marcelo é o exemplo vivo de que a disciplina,o estudo ,a dedicação abrem portas sim.Porque não é todos os dias que garotos brasileiros se tornam primeiros bailarinos de uma das maiores companhias de dança do mundo.Aos 30 anos,ele já é reconhecido como um dos melhores do planeta,e nesse vídeo podemos ver porque.
Parabéns a Marcelo,que traz orgulho a nosso país.

Poema Visual (de Constança Lucas)´-Preconceito(altamente mortal)





Imagem daqui

Seria cômico se não fosse trágico.





Imagens daqui e daqui