Vais ficando longe de mim
como o sono,nas alvoradas;
mas há estrelas sobressaltadas
resplandecendo além do fim.
Bebo essas luzes com tristeza,
porque sinto bem que elas são
o último vinho e o último pão
de uma definitiva mesa.
E olho para a fuga do mar,
e para a ascensão das montanhas,
e vejo como te acompanhas
-para me desacompanhar.
As luzes do amanhecimento
acharão toda a terra igual.
-tudo foi sobrenatural,
sem peso de contentamento,
sem noções do mal nem do bem
-jogo de pura geometria,
que eu pensei que se jogaria,
mas não se joga com ninguém.
Poesia-"Despedida" de Cecília Meireles(1901-1964)
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Unknown
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terça-feira, agosto 17, 2010
Marcadores: Cecília Meireles-Despedida, Despedida-Cecília Meireles
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6 comentários:
Serginho Tavares
17 de agosto de 2010 às 11:57
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1
LINDÍSSIMO POEMA!
Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz
17 de agosto de 2010 às 12:27
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1
Querido James, vc sempre nos brindando com estas preciosidades ... qto ao pedido ... claro ... toda a força necessária ...
bjux
;-)
FOXX
18 de agosto de 2010 às 09:51
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1
acho q não estou no espírito para poesia hoje. Na verdade faz mto tempo q poesia não me toca mais, o que será que aconteceu comigo?
Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz
18 de agosto de 2010 às 13:25
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1
pois então ... contamos com vc ... presença imprescindível em um evento como este ... tem tempo para se programar ... vai lá no YAG e se inteire melhor e manifeste-se ...
ps: imagina! nada para agradecer ...
bjux
;-)
João Mario
19 de agosto de 2010 às 12:54
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1
Triste resignação.
Um abraço
João MArio
Alexandre Lucas
18 de setembro de 2010 às 22:45
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1
Emocionei-me!
;)
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