Eu me pergunto
porque o olhar de Marta
arde como candeia
numa igreja antiga
Não sei mais como gritar
ai,vou consultar cartomante
e quiromante,ler tarô.
Você me devastou,me deixou
esquálido,quadro de São Luis Gonzaga.
A peste ronda e eu grito:não me humilhe
porque preciso te ver com os olhos bem abertos
Marta canta"o amor pregou cravos
no meu coração".
È que ela não conhece as mil luzes
ardendo na noite louca
E assim eu choro,e o tempo passa,
e me joga no chão.
E eu vejo
chaminés da Inglaterra,telhados de Paris.
geleiras do Alaska,boates de Amsterdam,
ruas escuras no mundo,
tempo de dor no planeta.
Ah lótus!
Vênus das pinacotecas
Vou cantarcomo Marta antigamente
"ah esse amor vai me perder"
O que me salva
é digerir a diferença.
Ergo minhas estátuas
longe de seus abraços
enquanto passeio nu pelo pátio
que cobre a nossa distância
de peixes cegos na água escura.
Mas nada é novo,
me espalho pela sua casa
como se fosse um seu irmão
e você que tem escrúpulos
não sabe que o que tolda
a razão,é estar tão escondido
nessa caixa dourada.
(james penido)
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A memória da paixão
é um peixe na água turva de um poço
Pêssegos numa cesta
transfiguram sua luz de intocados,
dores espreitam
na porta aberta do desejo
As águas que encontram águas
apanhando os sinais
do escuro e da transparência;
pouco a pouco se fazem em imensidão,
terrores,ausência de peso,de sentido
Pedras rolando no fundo
a espuma do leito escuro,
uma calma medrosa.
Nuvens abrem o sol.Luz.
(james Penido)
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Unknown
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segunda-feira, janeiro 26, 2009
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