Composição: Nelson Cavaquinho/Guilherme de Brito
Quando piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha Estação primeira
Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o Sol me queimando
E assim vou me acabando
Quando o tempo avisar
Que eu não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão e da minha mocidade
Elis,que continua a ser a maior cantora brasileira,e certamente será por muito tempo ainda,mesmo
depois de 27 anos de sua morte,veio de uma estirpe de cantoras populares,cuja origem se perde na bruma da história brasileira.Desde o fado,passando pelos ritmos africanos e sua junção genial na geléia geral brasileira,a canção brasileira eleva-se a píncaros de genialidade melódica,que se refletiria em cantoras como a super-brasileira nascida em Portugal-Carmem Miranda,a divina Elizeth Cardoso,Maysa,Silvinha Telles,Nora Ney,Maria Bethânia,Nara Leão,e tantas outras.Mas foi Elis quem vestiu o manto da brasilidade mais universal,mais radical,com uma técnica e uma emoção raras vezes vistas em uma cantora de música popular.Elis continua pairando pela música brasileira,como testemunha da fortaleza de nossa cultura euro-africana,mistura que deu ao mundo um de seus mais sofisticados cancioneiros populares.