Parabéns a Marcelo,que traz orgulho a nosso país.
Poema Visual (de Constança Lucas)´-Preconceito(altamente mortal)
Marcadores: constança lucas, poema, poema visual
Marcadores: chrages-violência.charges, violência
Virginia quis ir além ,bem além do realismo então vigente na literatura européia.Como ela mesma disse,queria falar não sobre a parede,mas sobre o cimento,o arcabouço da parede.Na literatura de Woolf,o que interessa é o tempo que passa,o universo interior das personagens,a percepção que essas mesmas personagens têm do mundo,não uma percepção objetiva,mas subjetiva.É o universo da mente,as sensações do coração e do espírito que importam.Uma dos escritores pioneiros no uso do'fluxo de consciência'(o pensamento da personagem inserido na narrativa como parte da ação e do enredo),Virginia foi com Joyce,Proust e Hermann Broch,uma das pessoas que transformou o romance radicalmente,fazendo dele uma leitura do ser humano não somente como um ser social,mas um ser psicológico,hiper-complexo.
'A Viagem' e 'Noite e Dia' são aparentemente 'realistas',mas já contendo a semente da revolução woolfiana do enredo(e sua quase supressão).
Cito aqui minhas obras preferidas de Virginia,em ordem cronológica:
'O quarto de Jacob'(1922)-A primeira obra em que a escritora começa a aplicar seu método experimental,formando um romance quase impressionista.A vida de Jacob Flanders nos vem em quadros,nos quais a impressão psicológica é o que importa.O trabalho das metáforas é impressionante,com achados estilísticos de primeira grandeza.
'Mrs Dalloway'(1925)-O grande romance em que Virginia (o narrador)literalmente se insere na mente da personagem principal.Tudo se passa em 24 horas-o tempo em que Clarissa Dalloway prepara uma festa em sua casa.Magnífico romance,que ombreia com os maiores de seu século.
'Rumo ao Farol'(1927)-Homenagem emocionada de Virginia a sua mãe,num romance poético de intensidade rara,trabalhando o passar do tempo e a insatisfação dos seres humanos.
'Orlando'(1928)-Aqui Virginia faz sua homenagem à própria literatura e à leitura como fonte essencial do prazer de viver.A vida de Orlando,um ser humano imortal,ora homem,ora mulher,através dos séculos é também uma carta a Vita Sackville-West,aristocrata e escritora com quem Teve um caso.
'As Ondas'-Tour de force estilístico,em que 6 personagens,6 amigos de infância,discorrem sobre a solidão,a passagem implacável do tempo e a morte.Obra difícil,mas de grande beleza.
Essa é uma pequena lista,pois Virginia escreveu dezenas de obras entre romances e ensaios,isso para não falar de suas cartas e dos diários.
Escritora essencial para qualquer pessoa que queira ter uma visão da mais alta literatura,do que de melhor ela pode oferecer.Um verdadeiro monumento que o tempo só consolida a eminência ,a grandeza.
Esse texto faz parte da blogagem coletiva-Vida de escritor,que a sempre incansável amiga Vanessa Anacleto,do Fio de Ariadne idealizou e que,com certeza,vai ser outro grande sucesso.
imagem daqui
Para ler-"Rumo ao Farol"de Virginia Woolf(post número 300)
Composição: Nelson Cavaquinho/Guilherme de Brito
Quando piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha Estação primeira
Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o Sol me queimando
E assim vou me acabando
Quando o tempo avisar
Que eu não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão e da minha mocidade
Marcadores: ELIS REGINA, Elis Regina-Folhas secas, folhas secas, mpb
Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,
Afogo olhar em lágrima, tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já superara,
Deplorando o que desapareceu.
Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorado e já sofrido,
Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as perdas e acaba o sofrimento
(Tradução-Arnaldo Poesia-aqui)
Ao amigo Henrique Hemídio(do Blog O Homem Elefante),que se foi tão cedo-IN MEMORIAM
Marcadores: SHAKESPEARE, soneto 30
Marcadores: poema concretista, poema visual, POESIA BRASILEIRA, rodrigo ciríaco