Quando estreou em 2000,nos EUA e no Canadá,"Queer as folk" quebrou muitos tabus.Foi a primeira série de televisão a apresentar cenas tórridas de beijos e sexo simulado entre homens.Mas muito mais que isso,foi a primeira série que mostrou um grupo de amigos gays sem qualquer tipo de estereótipo,sem apelar para a caricatura,seja ela a do gay "macho" ou a "bichinha",e mostrou gays com filhos,enfim-homens e mulheres gays e felizes como qualquer pessoa.Os amigos de Pittsburgh:Brian,Michael,Justin,Emmett,Ted,Ben e tantos outros outros,são seres humanos que são homens gays em uma sociedade muitas vezes homofóbica e cruel.Os criadores de Queer as folk tampouco poupam a comunidade gay de críticas:a perseguição tantas vezes obsessiva do corpo ideal,o uso abusivo de drogas recreativas, ilusão deletéria da "eterna juventude",o preconceito contra os mais velhos ou os que não se encaixem no parâmetro corpão+carão.
Mas acima de tudo,o dia a dia dos personagens é mostrado.E é o como o dia a dia de qualquer pessoa,com suas frustações,suas pequenas alegrias e vitórias,suas mesquinharias,seus mal-entendidos.
Brian Kinney(Gale Harold) é um publicitário de 29 anos,belo como um Apolo,uma 'máquina de sexo',que nunca fica com nenhum parceiro mais de uma vez.Sua suposta arrogância esconde uma infância difícil em um lar desestruturado.Seu ego monumental,sua auto-confiança quase maníaca,convivem com uma generosidade que confunde e desarma.É no primeiro episódio da série que conhece Justin Taylor(Randy Harrison),um garoto de 17 anos que está saindo do armário.Justin,inteligente e sensível se apaixona loucamente por Brian,e pelas cinco temporadas seguimos os altos e baixos de sua história de amor.
Michael(Hal Sparks) é o melhor amigo de Brian desde a infância,embora sejam o oposto um do outro.Michael procura um grande amor e vai encontrar mais de um.Emmett(Peter Paige) é o garoto gay do Mississipi que se muda para Pittsburgh para se livrar do preconceito e para tentar um lugar ao sol-é o amigo atencioso,aquele que tira a roupa do corpo para nos dar.Ted Schmidt(Scott Lowell) é um contador gente boa,mas com tendência à depressão e com baixa auto-estima.Ben(Robert Gant),é o professor universitário por quem Michael se apaixona e se casa.Soropositivo,tenta viver da melhor forma possível.Melanie(Michelle Clunie) e Lindsay(Thea Gill) tentam manter acesa a chama de seu relacionamento em meio às surpresas da vida.
Em um Brasil em que novelas de televisão criam personagens gays que mais parecem personagens assépticos-pessoas que não teem sexualidade(nem sequer se beijam!),ou gays estereotipados,uma série como Queer as Folk parece estar a milhares de anos luz de distância.A velha e esfarrapadíssima desculpa de que "a sociedade não está preparada" é de fazer chorar.Nos EUA,a religião evangélica é igualmente(ou até mais) forte.Mas os americanos já entenderam que a sociedade não é composta de compartimentos estanques,que os gays merecem tanto respeito quanto qualquer outro grupo social.Aqui,aguardamos.
Queer as Folk é uma série que vai fundo na psicologia das personagens,ao não evitar assuntos como sexo e traição,masa também ao provar que todos os seres humanos são no fundo,muito parecidos.
E eu me lembro disso ao recordar uma certa noite de 1984,quando um certo garoto de 18 anos entrou pela primeira vez em um clube gay e maravilhado pensou:então existe mesmo-e aqui ninguém é "esquisito".E ao som de "Borderline",se juntou a sua outra família...
A relembrar sempre a cena final da série ao som de "Proud",inesquecível pelo simbolismo.Uma das melhores séries da história da tv.
Proud
I look into the window of my mind
Reflections of the fears I know I've left behind
I step out of the ordinary
I can feel my soul ascending
I am on my way
Can't stop me now
And you can do the same
What have you done today to make you feel proud?
It's never too late to try
What have you done today to make you feel proud?
You could be so many people
If you make that break for freedom
What have you done today to make you feel proud?
Still so many answers I don't know
Realise that to question is how we grow
So I step out of the ordinary
I can feel my soul ascending
I am on my way
Can't stop me now
And you can do the same
What have you done today to make you feel proud?
It's never too late to try
What have you done today to make you feel proud?
You could be so many people
If you make that break for freedom
What have you done today to make you feel proud?
We need a change
Do it today
I can feel my spirit rising
We need a change
So do it today
'Cause I can see a clear horizon
What have you done today to make you feel proud?
So what have you done today to make you feel proud?
'Cause you could be so many people
If you make that break for freedom
So what have you done today to make you feel proud?
What have you done today to make you feel proud?
Marcadores: GLBT, Queer as folk, Queer as folk-rsenha
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3 comentários:
Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz
1 de agosto de 2011 às 13:08
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Queer é phodástica ... a melhor série gay q já assisti ... esta canção da Heather Small é um dos meus hinos ... Proud
Rabisco
12 de agosto de 2011 às 13:15
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Olá rapaz!
Eu vi esta série algumas vezes e realmente gostei bastante.
=)
Gosto aqui do blogue.
Um abraço grande
http://www.rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/
Anônimo
25 de abril de 2012 às 13:21
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Um blog criativo e com um design fresco!
http://scriptuminfinitum.wordpress.com/ - dê uma olhadela!
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