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Daiane saiu às sete horas.A rua,quente e seca,estava vazia.Insetos zumbiam pelo ar.Caminhava devagar,pisando firme a calçada irregular.E ter que ver Luis de novo,meu Deus!Tudo novamente:a discussão inevitável,a hesitação que a enfurecia,as palavras trocadas em jatos.Como tudo isso a entediava,a lançava num desespero frio.E se as pessoas ao invés de viverem na sofreguidão aparentemente eterna de suas vidas,encontrassem aquele atalho que tanto queriam?
O pulsar frenético de sua vida a cansava.Queria um pouco de dormência,de lassidão.A indolência consentida,os tumultos apagados.No cruzamento com avenida apareceram pessoas:a velha apressada,com uma echarpe enrolada no pescoço,maquiadíssima(o que estaria fazendo ali?),grupos de adolescentes uniformizados,o mendigo habitual da esquina,as mãos sujíssimas,ao lado da caixa -casa de papelão que se desfazia já.E estava indo se encontrar com Luís.Deveria mesmo ter esperado pelos sinos que começavam a tocar em seus ouvidos.Não tinha nenhuma esperança de compreender qualquer sentimento.Sua mente,que não era dessas chamadas inescrutáveis ou poderosas,simplesmente oscilava entre o desprazer do corriqueiro,as cinzas das horas.Não devia esperar nada de Luís que não fosse o reflexo de seu próprio egoísmo,o confronto de vontades refletidas num espelho.
Parou no ponto de ônibus lotado.Mulheres com ar entediado carregavam sacolas de plástico,e ela,pronta para um desenlace qualquer.Poderia cortar então seus fios desconexos com o homem com quem vivera por tantos anos.Mas além de desconexos,esses fios tão finos e filigranados,lentamente se arrebentavam,tão degradados estavam.
(James Penido)
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Talvez Virginia
(Jim Anotsu 15 / 09 / 2008)
Jenny e Virginia são garotas anacrônicas,
ficam belas de rosa,mas consideram preto substancialmente melhor.
As garotas nem sempre fazem as coisas certas,mas quando cometem as erradas,
isso é acidentalmente de propósito.
Oh,não!, Jenny; fizemos isso de novo,
com toda a certeza deveríamos nos envergonhar,
e não nos sentirmos tão bem.
É meio tragicômico; uma dramédia para ser sincera,
isso que chamamos de cotidiano trivial.
Um dia tão triste; espero que concorde; e está na minha mão. - somente
porque assim você o quer, senhorita! - Você já sabia da verdade antes mesmo
de vir. - Você precisa ser tão mal humorada ?! - É necessário ser tão desagradável,
ò minha querida ?
Perfumes com cheiro de jasmim;
devemos admitir que são bons nessa época do ano.
Sim, sei disso muito bem, fui eu quem lhe contou.
Não importa o que você diga,
ele sempre me dará o que mereço.
Precisamos de uma solução,
os lençóis estão rasgados!
Espero que se lembre, Virginia,da primeira vez em que nos separamos,
e tivemos que dividir as nossas coisas: o céu, o mar, as estrelas e tudo mais,
não quero passar por isso novamente.
Pelo que me lembro você ficou com o vermelho, que absolutamente é uma cor legal,
e só me sobrou o roxo, que para dizer a verdade é bem cafona!
Um dia muito bom, esse dia de hoje, mui melhor que essa ilusão de amanhã.
Ora, ora, ora; não ria, minha amada! Venha aqui. Dá-me um beijo de boa noite.
O céu está caindo, Adeus, vamos lá, somos imunes à gravidade.
Mas não é necessário nos sobressaltarmos, um chá é sempre e sempre uma boa trégua,
principalmente para duas velhas bicicletas como nós.
Acordem!, hoje é o resto de suas vidas...
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Já era tarde
e cansaram-se as três de esperar.
Entraram,deixando o jardim ,
seco e escuro na noite.
Uma,enxugava os olhos,
outra,esfalfada,caindo no sofá
a última,trêmula,crispando as mãos
De esperar
juraram que jamais se cansariam.
Mas o jardim já agonizava,
a pintura da casa desaparecia
os móveis apodreciam,
tudo se desmanchava
lentamente
Um dia,uma olhou para as outras e disse
que não esperaria mais
porque se cansara e nada mais fazia sentido;
não havia solução.
Ainda ontem estavam lá no jardim,
de negro as duas,abismadas em esperar.
Pombos faziam ninhos no telhado.
O céu era de um azul intenso e ventava.
(James Penido)
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TODOS OS CÃES MERECEM O PARAÍSO--JOLY(2002-2008)-SAUDADES
O MAGICO DE OZ-UMA OBRA PRIMA DA FANTASIA.MAGNIFICENT
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SNOW WHITE-UM POUCO DE FANTASIA E NOSTALGIA.PORQUE NÂO?DURMAM EM PAZ
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PET SHOP BOYS NUM DOS MELHORES CLIPES DE TODOS OS TEMPOS!!BOA NOITE.
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BRASILEIROS,ARGENTINOS E O TANGO DO CRIOULO DOIDO
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With my gypsy ancestress and my weird luck
And my tarot pack and my tarot pack
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Nat king Cole cantando uma das canções mais lindas de todos os tempos.Isso já está além do clássico.Uma flor rara .
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Não havia o gado do sol.Nas tardes de sábado,antes do banho,gostava de passear pelo bosque atrás da quadra.(era como se sempre fosse Maio,a folhas caídas,uma aragem indo e vindo).Deitava-se no banco de pedra bem no centro da árvores,onde era sombreado e onde palnvam cheiros de terra e a umidade encastelava-se numa clareira.Deitava de costas e fechava sua mente a qualquer impressão externa.Esvaziava-se.O ar já frio da cinco horas o envolvia.Muitos anos depois,quando se olhava no espelho,e via o velho enrugado e triste,lembrava-se como ia li para se sentir totalmente so.A solidão naquele colégi er o grande luxo´;especialmente para quem aspirava viver no grande labirinto.As cinzas das horas então deslizavam lentamente pelos anos e ele pensava longe qualquer época de dores.Ainda não conhecia as traições porcas,as palavras duras,oas amores perdidos,o nunca mais.O cheiro forte de resina das árvores,seus pés afundados na grama crescida,a dureza fria do banco de cimento.Que mergulho !Intuia sim que o mundo existia com sua dureza irremovível ,que as pessoas lutavam por alguma que de certa forma lhe escapava.Ali no colégio via a si mesmo não como um espectro da vontade de algum outro ,mas como alguém que tinhaa um banco de jardim para descansar a cabeça.Ali alimentava sua inesgotável curiosidade e sua inteligência devorava tudo que pudesse.E seu amigos o amavam.No bosque sombreado de castanheiros,na sombra azulada da tardinha,pastava o gado do sol.cresciam as flores astrais.Quando se levantou para ir ao banho,pensou:que alegria!da noite tememos ,ams que doce luz que emana
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Desperte querendo ser a nova diva-fetiche do inverno
because summer is over,my dear.
A paineira,a jaqueira,floridas,floridas,ornadas,pesadas
como as ondas filigranadas na manhã de Ipanema.
Ah esse ardor de starlet tupiniquim-
sonhos da odalisca mor,repetindo a história
tão sem sede,oblíqua e distante.
Infinitesimal cálculo da luz que banha
a barra ao cair do dia.
Tu és meu amplexo.Estamos juntos.Eu vejo então
os meninos pobres numa roda:cinza cobre o tempo,os dois irmãos
se encolhem na chuva miúda,corredores arrastam
água com os pés-o que na verdade existe
dentro do quadro?
Há uma foto amassada na luz quente e atlântica
pode-se imaginar anjos sobre o Rio de Janeiro?
A luz desce e amplia o rosto da moça-confiança
é dúvida,ela murmura.
Os mendigos são medievais no mega roteiro
do produtor de vídeo alemão,eas gaivotas rodopiam
pela câmera.
A garota da hora talvez tenha medo do poder do coração.não imagina
como é o tempo-ele não tem travas minha querida.
As ondas roçam a enseada,e a senhora passeando com um cachorrinho?
Na Etiópia ainda comem ratos suculentos-calamidade
é um dos nomes do real.
NA FLORESTA
O seguinte processo é igual a uma parada:
ouça Dvorak no escuro,lembre-se de toda brandura
que é falsa.
Picture one:lábios,silvo de cobra no campo,
arremedo de paz tão distante!
this is a jealous guy called Icarus,
dançando na neblina
Meninos passeiam pelos campos
e cantam toadas;os cumes são cobertos de grama e arbustos.
Parangolés e bonecas da beira do rio
gritam I love you
Ninguém passa,ninguém vê
danças de roda,fragmentos do céu
que vai se cobrindo de bruma.
Picture two:manhã,imã crestado de ferrugem,
o quadro se cobre de fina poeira.
O sol é duro e quente e poesia se fragmenta,
chama por dríades,náiades e sacis.
Há Rita Hayworth-terpsicore rodopiando pelo campo.
A luz vai se finando,tudo se torna cinza e negro,
espalhando pelos morros os meninos e as bonecas.
a poeira se espalhando como rastilho.
Thomas Jones insiste que o poema
é o limite da palavra.
Sombras ainda descem do céu.Luz!Mais luz!
Mas o que é tão duro que tolhe qualquer prazer real?
Não diga:quero estar só.Paraonde iremos então?
Picture three:existe a paisagem ressequida.
um vento antigo que bate nas pedras.
Mas,pastores"eis a descoberta.Flautas e bandolins
fadinhas de dior,veados do campo,ebós e erês.
a estrada que se estende sem destino.
Processos são construções
manufaturas,as correções do quadro.
Falta o vazio-porque cansados estamos
da sopa campbells e dos quadrados bienais
com bolas dentro de bolas dentro de que?
tudo isso é uma parada,declaração.
FRAGMENTO 1
Embora estar com alguém fosse um verdadeiro prazer,a solidão lhe era cara como pequenos presentes que recebesse.Sentiu-se eletrizado ao abrir a persiana e ver a cidade lá embaixo,mil luzes brilhando na noite fosca;os anúncios de neon piscando como novos os novos faróis dessa época em que nos foi dado viver.Havia chovido e uma aragem quase inacreditável subia pelos edifícios empurrando para longe o calor.Na televisão passava um programa qualquer-modelos siliconadas reclamavam da falta de amor do ser humano.Ah Deus!poderia estar lá com elas:vendo o rímel escorrer e expondo sua pobres mágoas.Porque vasculahndo noite da cidade,às vezes ia a um bar:nada acontecia ou pelo menos o que achava fosse nada.Não admitia seu medo tácito e sua sede infinita.Achava que todos estavam disponíveis eque também todos eram inacessíveis.
Entre ontem e hoje o abismo se alargava a cada dia.A voragem dos instantes eclipsava tudo.aquela mesma manhã de verão que surgira em meio à neblina fria,amanhã seria quente e insuportável.O bater do portão ao sair para o trabalho,balançando as dobradiças metálicas,já se misturara ao ar do nunca mais.O telefone a seu lado,abalava o mundo. Quem esperava que ligasse?Qualquer pessoa?sua mãe?Talvez ninguém ligasse.sua sofreguidão então se confirmaria e então nascesse uma estranha felicidade.como um conhecimento do desastre?
CECILIA EM PIRATININGA
Depois do fragor da tempestade,a água subiu.Agarrada a Peri,no tronco da palmeira `a deriva,ela viu transmutar-se de azul muito escuro em um negro de fumaça.Relâmpagos
amrelo-alaranjados cruzavam o poente.O barulho dos trovões,pensou,nunca acabaria.
Peri a segurava com força,seus braços enormes a amparando.Esgotada,abandonou-se,não mais ao pavor e ao medo da morte.mas à estranha situação que vivia.Deitada sob o tronco esguio,tinha a sensação que a qualquer momento iria ao fundo,e tudo finalmente terminaria.O mundo agora era só água,e aquele céu escuro e iluminado a cada segundo por estranhas luzes.
E todos os outros estariam certamente mortos agora:seu pai,Álvaro,Isabel.Todos mortos.Massacrados,cobertos de flechas,seus pobres corpos desfigurados imóveis no chão,seus olhos esbugalhados,os cabelos sujos de sangue e terra.Seus olhos se enchera de lágrimas.Via flores que passavam boiando,espantosamente azuis e vermelhas,rodopiando e pequenos redemoinhos pela agua suja.Não me leve,não me leve,pensou.Peri não parecia nem mesmo cansado.Como um ser de um outro lugar,a olhava com o mesmo olhar de devoção e doçura.Tão fraca estava,tão esgotada,molhada e fria,que já não lhe doia mais o corpo.Seu vstido encharcado não mais a incomodava;o medo a deixava finalmente.A cada momento pensava ser o fim.Até quando ele vai suportar,meu deus?Quando,por fim,mesmo em um esforço magistral,seus braços não o obedecessem mais?marés se eguiam pela terra inundada.Sltou um leve grito.Era assim então.