Para João Paulo e Naiara ,em Dublin.
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Sentia o cheiro
da chuva;
o grito dos pássaros,
a consistência dos musgos
antiqüíssimos.
Tentava entender a mecânica
das gotas ácidas
alinhadas,uma a uma,
o silêncio cinza das nuvens
onde o que restou do sol
pousava.
E o corpo sofria
feito ave sem asas:
de sede,se afogava.
MARIA CALLAS(1923-1977)-LA MAMMA MORTA,DA ÓPERA ANDREA CHÉNIER.
Há quem não não goste de Maria Callas,mas para mim,é o que Paulo Francis disse:deve ser o que Ulisses ouviu,amarrado ao mastro,quando as sereias cantaram.De uma intensidade dramática rara hoje,nesse nosso mundo do" mais ou menos".Pungente,vibra todas as cordas da alma.
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Ser um pós-moderno significa ter uma ideologia,uma percepção do mundo,uma determinada hierarquia de valores que,entre outras coisas,descarta a idéia de um tipo de regulamento normativo da comunidade humana e assume que todos os tipos de vida humana se equivalem,que todas as sociedades são igualmente boas ou más;enfim,uma ideologia que se recusa a fazer julgamentos e a debater seriamente questões relativas a modos de vida viciosos ou virtuosos,pois,no limite,acredita que não há nada a ser debatido.Isso é pós-modernismo.
(Zygmunt Bauman-sociólogo inglês,nascido na Polônia)
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a Ricardo Vieira Lima
Acorda bem cedo o homem
da casa de telha-vã
e abre janela e porta
como se abrisse a manhã.
E eis que a vida não é mais
nem triste,nem só,nem vã.
É doce:cheira a goiaba
e brilha como romã.
orvalhada.E ele caminha,
o homem,com passos de lã
para em nada perturbar
a quietude da manhã.
Já não há mágoas de perdas
nem angústias de amanhã,
pois a alma que há na calma
entre a goiaba e a romã
é a própria alma do homem
da casa de telha vã,
que declara a noite morta
e acende em si a manhã.
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nascer
é ser novinho em folha
e já deixar cicatriz
viver
é cobrir os outros
de cicatrizes
e ser coberto
mas nem tudo
são cicatrizes
algumas incisões
definitivamente
não se fecham
por isso
aliás
morremos
VALE A PENA VER-ANJOS DA AMÉRICA(ANGELS IN AMERICA)
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O hábito de estar aqui agora
aos poucos substitui a compulsão
de ser o tempo todo alguém ou algo.
Um belo dia(por algum motivo
é sempre dia claro nesses casos)
você abre a janela,ou abre um pote
de pêssegos em calda,ou mesmo um livro
que nunca há de ser lido até o fim
e então a idéia irrompe,clara e nítida:
É necessário?Não.Será possível?
De modo algum.Ao menos dá prazer?
Será prazer essa exigência cega
a latejar na mente o tempo todo?
Então por quê?
E neste exato instante
você por fim entende,e refastela-se
a valer nessa poltrona,a mais cômoda
da casa,e pensa sem rancor:
Perdi o dia,mas ganhei o mundo.
(Mesmo que seja por trinta segundos)
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MONTE CASTELO-RENATO RUSSO ,COM RECORTES DA CARTA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS E DE CAMÕES.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria...
É só o amor,é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom,não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem,todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor,é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria...
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Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
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e tão de orvalho trêmula,que penso ver,efêmera,
toda a Beleza em lágrimas,
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FELICIDADE CLANDESTINA-CLARICE LISPECTOR(1920-1977)
FELICIDADE CLANDESTINA
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser. ”Entendem? Valia mais do que me dar o livro: pelo tempo que eu quisesse ” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
Ó mar salgado,quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso,ó mar!
Valeu a pena?Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
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AMARCORD(1973),DE FEDERICO FELLINI-DANÇA NA NEBLINA.
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RADIOHEAD:THERE THERE-PSICODÉLICO,PSICANALÍTICO,FABULOSO.
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ANACTORIA(FRAGMENTO) DE ALGERNON CHARLES SWINBURNE(1837-1909)
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Maria Callas-Deve ser o que Ulisses ouviu,amarrado ao mastro,quando as sereias cantaram.È o que me lembra a voz de Callas no seu apogeu.
Albert Camus-Camus é de um palavrório estático,solene,pomposo,típico do provinciano que aprendeu as cadências majestosas dos clássicos franceses.
Capitalismo-Não há países ricos não-democráticos.
Cultura-Alta cultura é,na verdade,cultura,ponto.Ou seja,o máximo que o gênio humano produziu.
Salvador Dalí-O interessante sobre Dalí é que ele pintava bem,quando lhe dava na veneta.Ser espanhol,ter nascido no século XX e nada dever a Picasso ,estilisticamente,não é pouca porcaria.O Dalí palhaço,comercial,autor de n falcatruas que levam seu nome é que será lembrado.Mas,nos seus melhores momentos,sugere um discípulo meio doido de Velásquez.Poucos pintores do século XX foram capazes de recriar,really,com frescor,o figurativismo,como Dalí.
Emily Dickinson-Emily Dickinson foi a maior poeta mulher de todos os tempos.
Greta Garbo-Greta Garbo era única,e nunca houve atriz de cinema que lhe comparasse.O mais importante é que tinha um quê indefinível que faz dela a estrela absoluta do cinema durante duas décadas,uma qualidade na pessoa que mesmeriza o espectador.Garbo enchia uma tela e varria com quem contracenasse.
Judy Garland-Nenhum dos filmes de Judy Garland é memorável,nem mesmo Nasce uma estrela-A star is born.Ela é o que importa.Vê-la no palco.A única branca que nos toca no que temos de mais íntimo,quando canta.Exige nossa rendição incondicional.Seu rosto ansioso é hipnótico e sabemos que,naqueles filmes idiotas,está falando de coisas muito além do que aparece no script.
E por aí vai.Francis está a centenas de anos luz de distância de seus imitadores de quinta categoria,como o insuportável Diogo Mainardi e o inenarrável Olavo de Carvalho.Sua geração era aquela que podia discutir quase todos os assuntos numa mesa de bar,do cubismo à física de Einstein,e não se resumia a simplesmente jogar pedras nas vidraças alheias sem uma justificativa convincente.Aliás,que horror a idéia de colocá-lo no Manhattan Connection,onde destila seu mau humor constante e sua cultura de almanaque.Pobre Ricardo Amorim.
do livro-O diário da corte-organização de Daniel Piza,Companhia das Letras,1997.
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FESTIVAL DO MINUTO-MASP,SP-4/29 DE MARÇO DE 2009.
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CONSELHO AOS POLÍTICOS BRASILEIROS-BASEADO EM SHAKESPEARE:
First Lord:What time a day is't ,Apemantus?
Apemantus:Time to be honest.
Primeiro lorde-Que hora é essa,Apemantus?
Apemantus-Hora de ser honesto.
(Tradução livre)
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As árvores da mente são negras.A luz,azul,azul.
Gramados descarregam suas mágoas em meus pés como se eu fosse Deus,
Arranhando meus tornozelos,murmurando sua humildade.
Névoas vaporosas e espirituais habitam este lugar.
Separado de minha casa por uma fileira de lápides.
Simplesmente não posso ver onde vão dar.
A lua não tem porta.É uma face em seu pleno direito,
Branca como os nós dos dedos,terrivelmente incomodada.
Arrasta o mar atrás de si como um crime sujo;está quieta,
A boca aberta em total desespero.Moro aqui.
Duas vezes aos domingos os sinos assustam os céu-
Oito grandes línguas afirmam a Ressurreição.
E no final,sobriamente ,badalam seus nomes.
O teixo aponta para o alto.Tem força gótica.
Os olhos se elevam e encontram a lua.
A lua é minha mãe.Não é doce como Maria.
Suas vezes azuis libertam pequenos morcegos e corujas.
Se eu ainda acreditasse na ternura-
O rosto da efígie,suavizado por velas,
Derramando,sobre mim,seus olhos meigos.
Tenho caído pelo caminho.Nuvens florescem
Azuis e místicas sobre a face das estrelas.
Na igreja,os santos serão todos azuis,
Flutuando sobre bancos frios com delicados pés,
Suas mãos e pés duras de santidade.
A lua não vê nada disto.É calva e selvagem.
E a mensagem do teixo é escuridão-escuridão e silêncio.
(Tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maria Cristina Lenz de Macedo)
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Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho,meu Deus,era um homem.
(Rio,27 de dezembro de 1947)
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"Penso que se deve conquistar as palavras vivendo-as,e que a aparente publicidade que o dicionário lhes dá é uma falsidade.Que ninguém se anime a escrever'arrabalde' sem haver caminhado por seus altos caminhos,sem havê-lo desejado e padecido como uma noiva,sem haver sentido suas cercas ,seus campos,suas luas na esquina de um armazém,como uma generosidade..."
"Um idioma é uma tradição,um modo de sentir a realidade,não um repertório arbitrário de símbolos."
"Contam que Ulisses,farto de prodígios,
Chorou de amor ao ver sua Ítaca
Verde e humilde.A arte é essa Ítaca
De verde eternidade,não de prodígios."
(Jorge Luis Borges)
Marcadores: JORGE LUIS BORGES(1899-1986), REFLEXÕES
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Essa infausta alegria
de não sermos os únicos:
os que tudo almejam.
Esse caminho que leva
não a tesouros dourados,
mas às rutilantes sombras
dos sonhos
Essa glória que não é outra
senão a que tropeçando,
procuramos:
navios que encalham,salva-vidas
que nos jogam
Esse momento infinito
de sempres e agoras completo
em um único girar de roda;
Assim vivemos dentro de nós,
eu,um outro,alguns,
nesse agora que nos leva para
onde,não sei.
(james Penido)
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DEPECHE MODE-ENJOY THE SILENCE-UM DOS VIDEO CLIPS MAIS BONITOS DE TODOS OS TEMPOS.
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DOM JOSÉ CARDOSO SOBRINHO,GIORDANO BRUNO E OUTROS HORRORES.
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PAUL VERLAINE(1844-1896)-CHANSON D'AUTOMNE-CANÇÃO DE OUTONO(1866).
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DANTE ALIGHIERI(1265-1321)-DIVINA COMÉDIA -CANTO I-FRAGMENTO.
Nel mezzo del cammin de nostra vita
-A meio caminho de nossa vida
mi ritrovai per una selva oscura,
-fui me encontrarem uma selva escura:
ché la diritta via era smarrita.
-estava a reta minha via perdida.
Ahi quanto a dir qual era è cosa dura
-Ah!que a tarefa de narrar é dura
esta selva selvaggia e aspra e forte
-essa selva selvagem,rude e forte,
che nel pensier rinova la paura!
-que volve o medo à mente que a figura.
Tant'è amara che poco è piu morte:
-De tão amarga ,pouco mais lhe é a morte,
ma per trattar del ben ch'i'vi trovai,
-mas,para tratar do bem que enfim lá achei,
dirò de l'altre cose ch'i'v'ho scorte.
-direi do mais que me guardava a sorte.
Io non so ben ridir com'i'v'intrai,
-Como lá fui parar dizer não sei;
Tant'era pien di sonno a quel punto
-tão tolhido de sono me encontrava,
che la verace via abbandonai.
-que a verdadeira via abandonei.
Ma poi ch'i'fui al piè d'un colle giunto,
-Mas quando ao pé de um monte eu já chegava,
lá dove terminava quella valle
-tendo o fim desse vale à minha frente,
che m'avea di paura il cor compunto,
que o coração de medo me cerrava,
guardai in alto,e vidi le sue spalle
-olhei para o alto e vi a sua vertente
vestite già de'raggi del pianetta
-vestida já dos raios do planeta
che mena dritto altrui per ogne calle
-que certo guia por toda estrada a gente.
Allor fu la paura un poco queta,
-Tornou-se a minha angústia então mais quieta
che nel lago del cor m'era durata
-que no lago do coração guardara
la notte ch'i'passai con tanta pieta.
-toda essa noite de pavor repleta.
E come quei che con lena affannata,
-E como aquele que ofegando vara
uscito fuor del pelago a la riva,
-o mar bravio e,da praia atingida,
si volge a l'acqua perigliosa e guata,
-volta-se a onda perigosa,e a encara,
cosí l'animo mio,ch'ancor fuggiva,
-minha mente,nem bem de lá fugida,
si volse a retro a rimitar lo passo
-voltou-se a remirar o horrendo passo
che non lasciò già mai persona viva.
-que pessoa alguma já deixou com vida.
Poi ch'ei posato un poco il corpo lasso,
-Após pousar um pouco o corpo lasso,
ripresi via per la piaggia diserta,
-me encaminhei,pela encosta deserta,
sí che'l piè fermo sempre era'l piú basso.
-co'o pé firme mais baixo a cada passo.
(Tradução de Italo Eugenio Mauro)
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JORGE LUIS BORGES(1899-1986)-UM TEÓLOGO NA MORTE-DE "HISTÓRIA UNIVERSAL DA INFÂMIA"(1935)
KEANE-EVERYBODY'S CHANGING-EU AMO ESSA MÚSICA.DEDICADA A TODOS OS MEUS AMIGOS.
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muito obrigado a todos.Um abraço do james.Todos os blogues estão na minha lista de blogues.
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